Mescalina e seus males.

A mescalina (3,4,5-trimetoxifeniletilamina), substância pertencente à família das feniletilaminas, é o mais antigo composto químico psicodélico já isolado e sintetizado pelo homem. Antes mesmo do LSD, consagrado como a substância expoente do grupo, invadir os laboratórios e as mentes inquietas de um sem-número de pesquisadores, ela já havia ocupado uma diversidade de frentes de investigação. Aproximadamente 50 anos antes da descoberta do ácido lisérgico pelo químico suíço Albert Hofmann, uma estranha e misteriosa substância foi isolada a partir de um cacto nativo da região norte mexicana e parte dos Estados Unidos.
Arthur Heffter, um químico farmacologista alemão, desenvolvia uma investigação que procurava identificar os princípios ativos do cacto conhecido como peiote (Lophophora williamsii, na época ainda Anhalonium williamsii), uma planta cuja ingestão produzia efeitos alucinógenos e era há muito utilizada por uma diversidade de comunidades indígenas mexicanas e estadunidenses. Durante tal investigação, que só foi possível em função de um primeiro estudo do cacto desenvolvido pelo farmacologista alemão Ludwig Lewin, o cientista pôde isolar uma série de alcalóides: anhalonina, anhanolidina, pelotina, loforina e mescalina.
Para a continuidade da pesquisa, Heffer
administrou doses dos agentes em experimentos com animais e até mesmo em
auto-experimentos. Como resultado dos exames clínicos (que inclusive valeram a
Heffer o título de primeiro psiconauta da história) o químico obteve a
descoberta da primeira molécula psicodélica conhecido pelo homem: a mescalina.
Mais tarde o mesmo químico foi identificado, em menos concentração, em outras
espécies, como o cacto San Pedro (Trichocereus pachanoi) e o wachuma
(Trichocereus peruvianus), encontrados na América do Sul e Central.
Fonte: http://avisospsicodelicos.blogspot.com.br/2009/06/mescalina-molecula-magica-do-peiotismo.html